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Depois de 32x21km: o que a gente esquece quando corre muito?

Ontem corri minha 32ª meia-maratona. E, por acaso, foi na mesma prova onde estreei na distância, em 2014. Antes de sair de casa, levei comigo a medalha daquela estreia. Só por levar. Só pra lembrar.


Naquela época, eu ainda não sabia se correr longas distâncias era pra mim. Hoje, mais de 30 meias e 10 maratonas depois, essa dúvida virou passado. Mas no asfalto monótono da marginal Pinheiros, ela voltou. E com ela, uma pergunta incômoda: Do que a gente esquece quando começa a correr muito?


A resposta veio suada: a gente esquece que correr é raro. Que o corpo colaborar é sorte. Que saúde, estrutura de apoio, tempo e sanidade pra treinar são luxo. E que normalizar isso tudo é apagar o extraordinário. Por isso, ontem na Marginal eu lembrei que toda corrida é conquista. Não por tempo nem por distância, mas por presença. Não por performance, mas por privilégio.


Desde 2014, eu tenho um ritual em provas acima de 21km: chorar na largada. É minha régua de performance. Emoção de estreia. Nem Garmin nem Strava medem isso, mas eu sei exatamente quando ela vem. E ontem, veio forte! E é por isso que sigo correndo: pra não perder o gosto da primeira vez. E é nessa descarga de adrenalina boa que mora o que faz valer. O sentimento de estreia constante, como se cada corrida fosse a primeira, e isso ser justamente o que mantém a chama acesa. Daqui a 30 dias tem mais, no Rio. Quem vai nessa também?

desde 2009 correndo com você pelo Brasil e pelo mundo.

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